História


País das Cores

                Por detrás do arco-íris existia um país longínquo chamado País das Cores, onde existiam sete cores: o violeta, o anil, o azul, o verde, o amarelo, o cor-de-laranja e o vermelho.
            Era também nesse país que viviam sete amiguinhos: o Sebastião (um menino simpático e sempre pronto a ajudar os outros amigos), o gato Barnabé (pachorrento e sempre com vontade de se espreguiçar no telhado de sua casa a admirar o céu), o peixe Zeferino (cheio de vivacidade e com vontade de explorar o mar); o burro Anacleto (traquina e sempre pronto para um passeio pelo prado), p pato Golias (que não se cansava de passear pelo lago, indo secar as suas penas na margem com dois dedos de conversa com qualquer um dos amigos que por ali aparecesse), o coelho Alberto (veloz e cheio de apetite para devorar as suas cenouras), o lobo Zacarias (muito trapalhão, mas com um coração de manteiga, sempre pronto a proteger os seus amiguinhos).
            No céu calmo da manhã, o sol brilhava com satisfação, a água corria pelos rios e refrescava os prados onde brotavam lindas flores e, cresciam vistosas cenouras. O fogo aquecia o coração de todos os habitantes da aldeia.
            Alem deste país maravilhoso existia também o País da Escuridão, habitado por uma bruxa chamada Enorata que só pensava em riquezas e em conseguir tudo so para si.
            Um dia, ao voar sobre o país das cores, montada na sua vassoura mágica, Enorata ficou maravilhada ao observar tanta cor, alegria e beleza. De tal modo, que pensou em roubar as cores do arco-íris e leva-las consigo para o seu castelo. Se bem pensou, assim o fez: agarrou nas cores, meteu-as dentro da sua sacola e voou para o seu castelo, onde não se cansava de as admirar de tão lindas que eram. O que ela não sabia é que ao roubar as cores deixou o País das Cores cheio de tristeza.
            Certo dia, os habitantes deste país, decidiram que deveriam pedir as cores à bruxa. Para tal, o menino Sebastião ofereceu-se para negociar com ela, porque sem as cores, o país deles era triste e freio, e então meteu-se a caminho. Ao avistar o pato Golias, este quis saber para onde Sebastião se dirigia:
Pato Golias: Olá Sebastião!
Menino Sebastião: Olá Golias!
Pato Golias: Pareces preocupado Sebastião…
Menino Sebastião: Preocupado e triste…
Pato Golias: Então porquê? O que se passa?
Menino Sebastião: Porque a bruxa Enorata roubou as cores do nosso país e vou lá negocia-las com ela oferecendo algo em troca.
Pato Golias: Se assim é, também quero ajudar, oferecendo o sol em troca do amarelo.
            E assim se puseram a caminho… ao passarem o rio, avistaram o peixe Zeferino e logo pensaram em convidá-lo também.
Menino Sebastião: Ó Zeferino vem cá!
Peixe Zeferino: O que queres Sebastião?
Menino Sebastião: Quero convidar-te para vires connosco negociar as cores com a bruxa Enorata.
Peixe Zeferino: Claro que vou! O que preciso fazer?
Menino Sebastião: Ofereces a água do rio em troca do azul! Que achas?
Peixe Zeferino: Acho bem! Para recuperar o azul eu ofereço tudo.
            Puseram-se novamente a caminho, ao passarem pela toca do coelho Alberto, que se encontrava a roer uma grande cenoura, este ao vê-los, quis saber o motivo de irem todos juntos em direcção ao país da bruxa Enorata.
Coelho Alberto: Então amigos que se passa?
Peixe Zeferino: Vamos ao país da bruxa Enorata tentar negociar as cores do arco-íris, queres vir?
Coelho Alberto: Claro que vou! O que é preciso fazer?
Peixe Zeferino: Reparei que tens umas lindas cenouras! Podias oferece-las em troca do cor-de-laranja, estás de acordo?
Coelho Alberto: Excelente ideia, vamos embora!
            Juntou-se aos outros e continuaram a caminhar… de repente começaram a ouvir-se ruídos… era o gato Barnabé que se espreguiçava na beira do caminho.
Coelho Alberto: Ainda bem que te encontramos. Queremos falar contigo!
Gato Barnabé: Que me querem? Parecem aflitos!
Menino Sebastião: aflitos e bem!
Gato Barnabé: Que se passa?
Pato Golias: Foi a bruxa Enorata que roubou as cores do nosso país e nós decidimos ir negociar com ela levando-lhes presentes em troca das cores. Queres juntar-te a nós?
Gato Barnabé: Claro que sim! O que tenho que fazer?
Pato Golias: Podes oferecer o céu em troca do anil. O que achas?
Gato Barnabé: Ok, vamos já embora!
            E assim continuaram a sua caminhada novamente, subitamente, o menino Sebastião reparou numa linda flor, que se encontrava na beira do caminho.
Menino Sebastião: Amigos! – Que acham desta linda flor? Poderia levá-la à bruxa em troca da cor violeta!
Todos juntos: É linda! – Apanha-a já!
            Depois de Sebastião colher a flor, caminharam em direcção ao castelo onde vivia a Bruxa Enorata. Depararam-se então com um belo e enorme prado com erva muito fresca, onde um burro comia maravilhado, e ao vê-los ficou assustado.
Burro Anacleto: Que se passa, onde vão todos juntos e com tanta pressa?
Gato Barnabé: Não te assustes amigo, vamos ao castelo da bruxa negociar as cores.
Burro Anacleto: Vou convosco, que preciso fazer?
Menino Sebastião: Podes oferecer a tua erva em troca do verde, estás de acordo?
Burro Anacleto: Yá meu é pra já!
            Já mais para o fim do dia, ao atravessarem o bosque, que já ficava perto do castelo, avistaram uma fogueira onde o lobo Zacarias se aquecia. O lobo ao ver todos os seus amigos juntos, logo pensou que devia haver alguma festa.
Lobo Zacarias: Então onde vão todos, há aí festa?
Burro Anacleto: Festa, essa agora nem pensar…
Lobo Zacarias: Então que se passa?
Burro Anacleto: Vem ajudar-nos a negociar com a Bruxa Enorata, para que ela nos devolva as cores.
Lobo Zacarias: Vou, vou! Que é preciso fazer?
Coelho Alberto: Eu ofereço as minhas cenouras, tu poderias oferecer o fogo.
Lobo Zacarias: Pode ser! E que oferecem os outros?
Gato Barnabé: Eu ofereço o céu pelo anil.
Burro Anacleto: Eu ofereço o sol pelo amarelo.
Peixe Zeferino: Ofereço a água do rio pelo azul.
Menino Sebastião: Eu vou oferecer esta linda flor pela cor violeta.
Coelho Alberto: Amigo Zacarias, então gostas-te da ideia? Assim poderemos conseguir recuperar as cores e teremos um país bonito e alegre novamente.
            O lobo ao ouvir os seus amidos, ficou contente com a ideia e continuaram a caminhar, até chegarem finalmente ao castelo da bruxa.
Bruxa Enorata: Malvados! Que querias de mim?
Menino Sebastião: Dona Enorata, viemos só para falar consigo.
Bruxa Enorata: Então digam o que querem rapidamente.
Menino Sebastião: Dona Enorata viemos explicar-lhe que ao roubar as cores do arco-íris, o nosso país ficou muito triste e sombrio e, por isso, nós pensamos em vir falar consigo e trazer-lhe presentes em troca das cores. Está de acordo?
Bruxa Enorata: Se assim é, quero por cada uma das cores um presente!
Coelho Alberto: Eu trouxe-lhe todas as minhas cenouras em troca do cor-de-laranja e, todos os meus amigos lhe trouxeram mais presentes.
            A bruxa Enorata, ao ver que o faziam de tão boa vontade resolveu soltar todas as cores do arco-íris e entregar os presentes de volta. As cores espalharam-se e fizeram brilhar tudo de novo levando alegria para todos.
            Na aldeia ao verem as cores a brilhar de novo fizeram uma grande festa e convidaram a bruxa Enorata para partilhar com eles a alegria, felicidade e beleza do seu país. O aí, o coração da bruxa encheu-se de bondade e, ela transformou-se numa linda fada que passou a viver na aldeia. E assim viveram felizes para sempre.
VITÓRIA, VITÓRIA, ACABOU A HISTÓRIA!